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Sobre o dia do Meteorologista na maior Seca da história da Amazônia.

Foto do escritor: Willy HagiWilly Hagi

O dia do Meteorologista é sempre uma das grandes chances do ano para fazer reconhecer a importância do profissional meteorologista e da formação em Meteorologia no Brasil. Essa é uma classe que pode até ser pequena se comparada com outras mais tradicionais, mas que tem uma relevância evidente em um mundo de extremos climáticos cada vez mais intensos e frequentes como o nosso. Quem ainda duvida, basta ligar a TV e ver os noticiários.


O país hoje passa por uma das mais graves crises ambientais e climáticas de toda a sua história, mas nada disso começou agora. Em meio a tantas adversidades, tantos prejuízos e tantas tragédias, não é difícil imaginar que a situação em que nos encontramos seria ainda pior sem uma estrutura nacional de Meteorologia e sem profissionais meteorologistas atuantes em diversos setores.


É graças ao trabalho de profissionais como esses que é possível ter antecipação, fazer planejamento e buscar mitigação dos eventos extremos. Também é certo que poderia ser muito melhor, mas é questão de ver o copo meio cheio ou meio vazio. Em todo caso, o investimento e valorização de toda essa estrutura é uma questão existencial para a sociedade por mais que alguns ainda não tenham percebido.


Falando da minha própria experiência, viver a maior Cheia e a maior Seca na Amazônia em um intervalo de poucos anos é algo que não cheguei a imaginar quando terminei o curso de Meteorologia. No entanto, essa é a realidade que estamos enfrentando. Hoje, milhares de pessoas pelas várias Amazônias há mais de uma precisam andar em desertos que até pouco tempo atrás eram grandes rios para conseguirem alimentos básicos.


Fazer parte da comunidade da Meteorologia na Amazônia é motivo de muito orgulho. Representar, valorizar, incentivar e dar protagonismo a essa comunidade é uma missão compartilhada por muitas mãos. Por isso, o Fórum Climático do Amazonas é uma iniciativa nova e independente que busca unir especialistas, gestores e a sociedade em torno de discussões sobre o Clima e o Tempo da região, sendo um caminho para construir soluções e ajudar no enfrentamento desses desafios climáticos que se impõem a todo momento e de muitas formas diferentes.


O Fórum, que teve a sua primeira edição em Setembro, é idealizado pela Meteonorte, o Centro Acadêmico de Meteorologia da UEA e da coordenação do curso de Meteorologia da UEA e conta com apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (CREA-AM). O objetivo é trazer temas urgentes e atuais sobre o diagnóstico e prognóstico climático da região contribuir com as tomadas de decisões e formação de políticas públicas de mitigação, além da própria valorização da classe de meteorologistas.


As mãos que tornaram possível a primeira edição do Fórum Climático do Amazonas. Foto: CAMET-UEA.

Neste Dia do Meteorologista em mais um momento climaticamente excepcional, vamos esperar que reconhecimento não fique contido em apenas um ou dois dias por ano. Os desafios nunca foram tão grandes até agora para quem escolheu essa profissão, mas a certeza de estar lutando para um futuro mais consciente e resiliente dá sentido a tudo.

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